Independência ou morte

Desde o início dessa história de Venture Capital, empreendedorismo e startup, tenho convivido com gente muito mais inteligente que eu, principalmente em temas como administração de empresas, especulação de cenários econômicos e detecção de tendências de mercado (mas eu ainda sou muito mais fera que eles em temas como trilogia do Exterminador do Futuro ou “como ir trabalhar de bermuda e não se importar com isso” =).

Conviver com gente muito mais inteligente que você é ótimo, qualquer um com mais de três neurônios consegue absorver parte do conhecimento que paira pelo ar durante os almoços e conversas de escritório – não se iluda com as reuniões, elas continuam sendo um saco, pra usar um jargão, posso dizer que são boring.

Uma das frases que surgiu num almoço desses foi: o Brasil vai passar por um período de crescimento econômico único nos próximos anos.

Peraí, tive que interromper na hora, o Brasil é o “país do futuro” tem uns 507 anos. Eu cresci em Brasília, esses paulistas bobocas não fazem idéia do que estão falando, o Governo do qual fui vizinho durante 20 anos não permite que nada nesse país se desenvolva, sempre matam as “boas oportunidades” com sua corrupção nojenta e desenfreada.

Os paulistas falam sobre crescimento porque vivem na cidade que tem dinheiro saindo pelas culatras (só não sei como capturar esse dinheiro, ainda), se viessem lá de onde venho, com filhos de deputados dando rolê de Ferrari e filhas guardando lança em bolsas Louis Vuitton, veriam onde é o bueiro pra onde escorre todo o dinheiro público do Brasil.

Depois, Marcos Tanaka, meu sócio, conseguiu me explicar uma coisa que eu sempre li em Ficção Científica e nunca percebi que estou vivendo o início disso: “Governo Corporativo”.

O argumento é mais ou menos o seguinte: Não interessa se os políticos roubam toda a grana, as empresas são mais fortes que o governo e já o controlam há tempos, se elas querem e podem crescer, elas vão crescer.

A política econômica brasileira, vem dando certo há alguns anos, com isso o Brasil saiu de um grupo econômico de risco e entrou para uma categoria onde pode receber investimentos mais gordos. Os fundos de pensão, que movimentam os Estados Unidos, não podiam investir em empresas brasileiras e agora podem, muitos outros investimentos que não podiam ser feitos no Brasil devem começar a acontecer.

Com o dinheiro vindo direto para empresas brasileiras, não tem governo corrupto que nos segure. Estamos vivendo uma sobra de dinheiro que não tem pra onde ir, se conseguirmos reverter isso em investimentos para o desenvolvimento da nossa tecnologia, como indústria do etanol, empreendimentos na Web e produção de filmes das Brasileirinhas, bem, aí o buraco da corrupção pode diminuir e, num futuro maravilhoso, o problema pode ficar apenas na história.

(desculpem pela besteira dita nessa última sentença, estou meio bêbado por conta da descompressão do avião =)