Governo do Irã usa a Internet pra identificar e monitorar ativistas
O Governo do Irã, em parceria com duas gigantes das comuniçações, tem feito deep packet inspection em toda a comunicação online do país, em conexões fixas e móveis. Com isso ele consegue não só bloquear a comunicação, mas também identificar e monitorar ativistas individualmente. Fica cada vez mais difícil postar conteúdo na Web sem ser encontrado e possivelmente reprimido.
Nós, entusiastas das comunicações online e mídias socias, temos usado os protestos após as eleições no Irã como um case de uso da tecnologia como arma de resistência e articulação de movimentos em prol da democracia.
O mesmo poder que temos pra publicar a informação pode ser usado para encontrar e monitorar os autores. Não vamos esquecer que o poder da rede pode ser usado não apenas para espalhar informação, mas também para encontrá-la.
É mais fácil monitorar a comunicação na Internet que em qualquer outro meio.
Quando não havia poder computacional pra monitorar a comunicação, as ligações telefônicas, correspondências, alfândegas, precisavam ser monitoradas manualmente, cada funcionário monitorava uma mensagem por vez. A Alemanha Oriental chegou a usar 2.000 pessoas pra monitorar 100.000 linhas telefônicas. Com o poder computacional atual, o mesmo trabalho pode ser feito com uma pequena fração desse esforço, e sem intervenção humana.
Who said that only the good guys get to use the power of the Web to their advantage? (slate.com)
Quem disse que apenas os caras legais usam o poder da Web em seu benefício?
Governo do Irã usa o Poder das Multidões pra identificar ativistas
Croudsourcing é o nome dado quando uma organização pega um trabalho que normalmente seria executado por um funcionário e delega, terceiriza, pra um grupo muito maior de pessoas, normalmente voluntários.
Se mostrando muito antenado com as tendências, o Governo do Irã tem usado croudsourcing pra identificar rebeldes. A partir de denúncia no fórum Anonymous Iran, descobri alguns sites como o gerdab.ir, em que fotos são apresentadas e há pedidos de identificação e informação sobre os ativistas.
Marcos Tanaka me alertou quanto a esse perigo de ditaduras usarem a Internet pra nos reprimir, mas precisei ver acontecer pra entender a gravidade da situação. Post criado a partir de notícia enviada por @fmafra, porque a Internet continua funcionando pro bem :)
Deve ser um sentimento bem contraditório postar essas informações: enquanto há o desejo de mostrar pra todo mundo o que realmente está acontecendo lá, coisas que as TVs não conseguem mostrar, há o medo e a certeza de que todos os envolvidos – desde as pessoas que aparecem nas imagens até quem as publica – serão encontradas pela ditadura. E bom, não deve ser nada agradável ser encontrado pela ditadura.
Sim Marco, no caso do irã sem dúvidas é uma revolução.Porém é uma revolução política interna e limitada ao irã.Julgava no outro post na qualidade de ‘revolução digital global’, isto é, como um todo.É que essa ‘revolução’ acontece tão lentamente na maior parte do globo, não seria melhor classificar esse conjunto de acontecimentos como um processo evolutivo?Me corrija se estiver errado sobre isso.
Este último post é bem pesado.A solução é o desenvolvimento de novos métodos de comunicação e a criação de perfis falsos pelos manifestantes.Isso dificultaria o dirsernimento das informações pelo ‘lado negro da força’.
Pois é. O monitoramento na web é muito mais fácil e qualquer um pode usar… Que Alá proteja os revolucionários do Irã e eles possam usar as ferramentas disponíveis para se proteger e conseguir continuar a expressar as suas opiniões.