O cliente não precisa gostar!
Lendo um texto no blog do mestre Nandico sobre visão centrada no usuário, lembrei de uma lição aprendida quando eu estava começando a freelar “pros tios” (eu era o famoso sobrinho) em 1998/1999, li em um site que pregava o conceito de “simplicidade e usabilidade” (que estava começando a tomar força na Web): Não importa se vc [na época chamado de webdmaster] vai gostar, não importa de o seu cliente vai gostar. O que importa é se o usuário vai gostar.
Tomei isso como um princípio pessoal que carrego comigo até hoje (tanto que ainda lembro), mas quando entrei para empresas, vi que o buraco é mais embaixo.
Quando você é freela e faz sites para pequenas empresas é fácil convencer o dono da Xpto Informática a não usar uma sala de chat no site porque esse não é o foco do website. Porém, quando você entra para uma grande empresa e precisa convencer o diretor de marketing Web da Foobar Telecomunicações a não fazer o mesmo? Tenha certeza que é bem mais difícil.
Normalmente você nunca viu o tal diretor, e se souber quem é ele, ele não conhece você, além do que antes da proposta de alteração chegar nele precisa passar por umas 7 pessoas e ser aprovado, revisado e corrigido de acordo com o gosto de cada uma. Abstraindo podemos tirar uma lição:
Nem sempre é possível convencer o cliente
Esse é um dos motivos que justificam o fato de às vezes vemos sites de grandes empresas, feitos por grandes (e ótimas) agências, com elementos/recursos ultrapassados e deslocados.
Tem também a culpa “do lado de cá”: quem concebeu o site (chamemos de criador) é uma pessoa acomodada e não está ciente das inovações e implicações da Nova Web, acha que uma sala de chat em um site que tem 10 visitas diárias ou um formulário de cadastro com 50 campos são boas idéias :-(
Eu deveria colocar uma solução proposta aqui no último parágrafo, mas pedir para o diretor de marketing Web da Foobar Telecomunicações estar sempre ciente das últimas tendências da Web ou confiar mais nos desenvolvedores[1] é um pouco demais :-)
[1] E como foi citado acima: profisisonais da web picaretas e preguiçosos não faltam! É comum ver desenvolvedores compiando código porco do ano 2000 e usando em aplicações atuais.
Marco, talvez os casos que você descreve tenham a ver com uma especie de “project karma” =D. Tem cliente que já foi tão enrolado pelos picaretas… Mesmo chegando alguém com uma proposta séria, na dúvida, ele acaba recuando por conta de fracassos em projetos passados.
Veja os problemas da comunidade ao tentar convencer os clientes da importância do uso de padrões, só para citar um exemplo bobo…
SET DUPLO_SENTIDO_MODE=OFF
Como diriam os antigos: “Cachorro picado de cobra tem medo de linguiça”.
SET DUPLO_SENTIDO_MODE=ON
Micreiro!!!! Taí a confisão… (e quem não é?)
Foobar… gostei do termo…
O grande problema é que, para o próprio bem da Foobar Telecom, seu diretor de marketing Web deveria saber o que é melhor para os usuários de seus serviços.
Penso um pouco diferente de você, acho que não se deve ser tão rígido na hora de se tentar corrigir erros dos “que decidem”, apenas dar sua opinião e esperar que o bom
senso reine.
HAHAHA, “bom senso” para o diretor de marketing web da Foobar? Hahah, só com MUITA sorte amigo.
Não esqueça que eles pedem para um site de tecnologia ter “o cantinho da poesia”[1]
[1] Tema de uma das peças de marketing da Campanha BrTurbo Desenvolvedores, que tira sarro das requisições dos clientes.
infelismente sou possível cliente da foobar, exatamente quem deveria estar preocupado com o fato de o diretor de web não ter o melhor senso.
mas me vejo mais como ferramenta que como gestor.
Raphael, pessoal,
Para quem ainda não conhece as raízes históricas das veneráveis variáveis meta-sintáticas foo e bar, Wikipedia ao resgate:
http://en.wikipedia.org/wiki/Foobar
Parabéns pelo post bastante explicativo
[ URL=”http://www.larsegrj.com.br”]Boa noite[ /url]