Sua marca não deve responder reclamações públicas em redes sociais
Empresas perdem bons canais de comunicação quando usam seus perfis nas mídias sociais como ferramenta de atendimento.
Este é um artigo meu que foi publicado no ProXXima, considerado o maior conjunto de notícias e informações sobre o mundo da comunicação e do marketing digital, parte do grupo Meio & Mensagem.
A relação entre empresas e as redes sociais é hoje um tema muito discutido no mercado da internet. As companhias, cada vez mais inseridas na vida de seus clientes na web, os condicionam a reclamarem abertamente em suas páginas e perfis de mídias sociais. No entanto, a eficácia deste canal é um ponto a ser reavaliado. Em conversa com meu amigo e sócio Edney Souza (@interney), surgiu uma questão interessante: ao resolver imediatamente os problemas relatados no Twitter e Facebook, as marcas não estão condicionando seus clientes ao uso constante deste SAC improvisado? Qual o real preparo da área de atendimento para lidar com o público 2.0?
Trabalho com tecnologias para publicidade em redes sociais tenho acesso a uma audiência mensal superior a 80 milhões de pessoas, divulgando desde startups, como o GetNinjas, até grandes grupos, como a Unilever. Com uma rede de 42 mil publishers – produtores de conteúdo, profissionais e amadores usam o sistema da minha empresa para se profissionalizar e ganhar dinheiro com anúncios, de acordo com a relevância e a audiência individual. Sendo assim, a nossa atividade nos faz avaliar constantemente a eficácia do SAC 2.0.
Como todo grande sistema de tecnologia, recebemos diariamente centenas de elogios, dúvidas, reclamações e pedidos de ajuda. Essas manifestações chegam pelos mais diversos canais, de SMS enviados aos nossos executivos até cartas recebidas pelo Correio, e claro, também pelo Facebook e Twitter. Após cinco anos lidando diretamente com clientes nas redes sociais, hoje possuímos conhecimento para organizar nosso SAC 2.0, assumindo a divisão: elogios, sugestões e dúvidas para o ambiente público, e reclamações para o canal privado.
Ao incentivar que o cliente use os perfis das mídias sociais para expor um elogio ou resolver dúvidas, as marcas estão potencializando manifestações positivas e ampliando o diálogo. Já as reclamações e críticas, que são valiosas para a evolução da empresa, quando feitas em ambiente público, podem gerar uma reação em cadeia incontrolável. Uma queixa feita por um cliente pode ser compartilhada por qualquer pessoa, gerando críticas muitas vezes infundadas e danos desnecessários à imagem da marca.
A principal questão sobre o SAC 2.0 é que este tipo de atendimento cresceu sem planejamento prévio. O cliente que se comunica pelos canais oficiais e não é atendido, recorre às redes sociais, expressando seu caso abertamente e consegue, na maioria das vezes, uma solução imediata, o que os condiciona a usar este canal. Uma opção é sempre que surgir uma reclamação aberta, incentivar que o cliente se manifeste através de canais oficiais, que sejam privados e seguros.
Saber aproveitar o canal direto também é importante. A ferramenta não deixa de ser uma excelente opção para receber sugestões e novas ideias. Utilizar as redes sociais para se comunicar com seu público-alvo e absorver informações é uma forma de mostrar a face positiva do ambiente digital e perfis de cada marca. Vale destacar ainda que é necessário alinhar as estratégias das áreas de atendimento ao consumidor com as de marketing, para que a os canais de comunicação da empresa na web estejam em sintonia. É preciso pensar no poder das redes sociais como mídia, para divulgar mensagens da marca de maneira massiva, atingindo audiências superiores às da TV ou revistas.
A mudança de comportamento das marcas em relação às exigências de seus clientes conta com a forte participação no ambiente digital e é importante, inclusive, para a saúde das próprias redes sociais. Afinal, nós não queremos que o ambiente agradável e descontraído do Facebook e Twitter seja convertido no muro das lamentações 2.0, não é mesmo?
O grande problema é que as empresas normalmente resolvem quando a reclamação é via redes sociais já que elas ficam expostas e pelo canal normal ou demora uma eternidade ou nunca resolvem, sequer respondem.
Eu acho que isso deve ser pelo fato da terceirização do SAC e esse pessoal não tem tanto autonomia para resolver problemas.
Concordo em partes com sua visão. Tá certo que o título que você criou é bem chamativo e acessei ele pensando: “Que bosta é essa que esse cara ta falando?” heuiaheuia….
Mas depois de ler, concordo em grande parte. Realmente as redes sociais não tem que ser o primeiro contato do problema. Até por que, se o usuário se condicionar a sempre solicitar auxílio nas redes sociais a marca pode ficar atrelada sempre a fatores negativos. Até por que, o que fica visível é 1 venda mau sucedida e não as outras 10 mil bem sucedidas.
As redes sociais é um canal extra que deve ser bem utilizado pelas grandes empresas para prestar suporte sim. Até por que, mostra o respeito para com o cliente. Quem não ficaria satisfeito em tuitar para as americanas por exemplo, e receber uma ligação para resolver seu problema? Ponto positivo para a empresa e possíveis disciminações
de satisfaçao.
Enfim, ótima abordagem.
É um assunto intrigante para de discutir. Até pq, se uma empresa atende um cliente em canais como facebook de forma mais rapida, isso vai significar mais demora ainda para atender reclamações que já estavam na fila. Nunca usei redes sociais como facebook, twitter, para este tipo de coisa, mas já usei sites como reclameaqui, que são proprios para este tipo de coisa.
Concordo plenamente, uma ferramenta interessante para melhorar o contato com os clientes é a da startup Zendesk.
Se não houvesse produção de drogas, não lavaria-se dinheiro com isso!!!!
http://www.reclameaqui.com.br/7827109/boo-box/boo-box-nao-paga-e-nao-responde-e-mails/
Leia a resposta da empresa, está tudo explicado lá ;)