Luiz Felipe Pondé erra de maneira grosseira em artigo sobre bikes, carros e mobilidade urbana
Eu já escrevi aqui que sou pró-bike, mas não sou anti-carro, pelo contrário; e que uma coisa não implica na outra. O objetivo é a convivência pacífica nas vias, com paciência e respeito de todos os lados. Mas às vezes surgem argumentos difíceis de aguentar.
Em sua coluna intitulada “A Erva Daninha”, Luiz Felipe Pondé se mostra ignorante em relação ao uso de bicicleta e destino de impostos no Brasil. Não há problema algum em ser desinformado quanto a estes temas, o problema é publicar informações erradas em um grande veículo de mídia, no caso, a Folha de S. Paulo, que as pessoas tomam como portador da verdade. Ele diz:
Ciclistas já os odiavam [os motoristas] quando passavam com seu ar de santo ecológico pelos pobres coitados dos motoristas que não moram numa “pequena Amsterdã”, como a moçada da classe média alta que mora perto do trabalho ou da “facul”, ou que tem um trampo fácil, sem horas duras, ou ganha muito bem ou tem grana de outra fonte e então pode ir de bike para o trabalho ou para a “facul”.
Faltou apuração, 93% dos ciclistas que usam bike no trajeto cotidiano no Brasil são das classes C, D e E (fonte: Vida Simples edição especial #6 – De bike é mais gostoso, Editora Abril). Inclusive, nos acidentes envolvendo ciclistas que tiveram exposição na mídia recentemente, as vítimas eram, todas, pobres: atropelamento da carreta, braço jogado no rio por motorista bêbado, atropelamento por filho de ex-bilionário, preso no para-brisa de motorista bêbado. Muito distantes, portanto, dos tais “santos ecológicos” descritos no texto publicado na Folha.
Luiz Pondé continua:
O ódio ao motorista virou demonstração de consciência social e ambiental -outro modismo contemporâneo. Esquece-se que essas pessoas são cidadãs como todas as outras. Que pagam impostos exorbitantes para comprar os carros e IPVA todo ano. Pagam IPVA, mas logo não terão direito de andar de carro pela cidade.
O IPVA não é arrecadado para a construção de vias (ruas, avenidas, rodovias etc). Após arrecadado, 50% da verba do IPVA fica com o Estado e 50% com o município que o arrecadou, e como todo imposto, o IPVA entra em um bolo total que é dividido conforme prioridade definida pelo administrador público, destinado à saúde, educação, saneamento etc. Portanto, o IPVA não é “o imposto que dá direito ao dono de carro de usar mais espaço na rua que os demais veículos”, pelo contrário, o IPVA sequer paga os gastos com a saúde pública resultantes dos danos causados por carros e motoristas.
Luiz Pondé escreve ainda:
Claro que a playboizada que gosta de estimular ódio social vai dizer que motorista de carro não deve ter direito nenhum porque é parte das “zelite”. Mentira: a maioria dessas pessoas corre de um lado para o outro para trabalhar, estudar, levar filhos à escola e cumprir suas obrigações. E agora viraram a erva daninha da cidade.
70% do espaço público é usado por 30% das pessoas, que usam carros particulares. Portanto, sim, por mais que sejam muitos, os carros são usados pela minoria da população brasileira, a maioria usa outros meios de transporte (fonte: Vida Simples edição especial #6 – De bike é mais gostoso, Editora Abril).
Acho que faltou apuração e boa vontade, mas sobrou a intenção de agradar o leitor médio-classista, com uma opinião fácil e conservadora, concorda?
Marco, grande apuração dos fatos. É óbvio que o autor está fora da realidade e fala da minoria (playboizada) que anda de bike como se fosse a maioria. Acho que faltou no artigo explicar para ele que playboy não anda de bike pro trabalho! O autor só pode estar vivendo dentro de uma bolha num bairro nobre para tomar essas conclusões. O problema é que assim como ele, nossos políticos também tem uma visão distorcida da mobilidade urbana e a população não se manifesta. Ou seja, politicas atrasadas, população desinformada e mal educada.
O debate em torno da bicicleta se polarizou entre ela e os carros.
O que pouca gente fala é Bicicleta e transporte público.
E daí, a coisa fica realmente triste e sou obrigado a concordar que bicicleta virou coisa de jovem “cool”.
Moro em Porto Alegre, devido a pressão popular, estão criando ciclovias. Não sou dos que lamentam pelo espaço retirado na via para os “pobres carros”. Me parece um daqueles casos de uma minoria(muito minoria) ruidosa, consegue algo, que na verdade, prejudica os demais.
A reivindicação deveria ser por transporte público de qualidade, não uma ciclovia sub-utilizada.
Das poucas coisas certas que o Pondé é sobre bicileta ser de quem mora perto.
Sim, aqui mesmo na região metropolitana principalmente, tem muito trabalhador que usa bicicleta, se arriscando nas rodovias. Mas me pergunto se fariam se houvesse opção viável no preço e conveniente, um ônibus decente, ou metrô.
Voltando para dentro aqui de Porto Alegre, é inviável para população em geral:
Vários morros e lombas (aclives/declives pra vocês do “exterior”), calor infernal(tem gente que acha que PoA é inverno o ano inteiro) de quase 40ºC. Já no inverno, se fosse só o frio… é chuva e vento.
Mas ok, se quiser, pode esquecer as peculiaridades locais, podemos ficar com uma característica comum a toda grande capital: longas distâncias.
Claro que bicicleta é um excelente exercício, mas não, eu não quero DEPENDER dela para ir e principalmente voltar depois de 8h/9h de trabalho. *Precisar* pedalar 1h30, 2h depois de uma jornada dessas é cruel.
Ismael, o problema é justamente esse. Se não tem ciclovia, não tem ciclista.
Conheço Porto Alegre, em relação ao tamanho, é muito menor que Rio e São Paulo. Cruza-se a cidade facilmente de bicicleta, o que atrapalha um pouco aí, mas não muito, são algumas ladeiras.
Aqui no Rio nós fazemos manifestação de bicicleta e sempre perguntamos aos passantes porque não utilizam bicicleta como meio de transporte, e a maioria diz que é porque não existe ciclovia/segurança.
Não sou radical a favor da bicicleta, mas, o argumento de que não existem tantos ciclistas porque não existem ciclovias é um ponto que eu concordo muito.
Outro ponto que acho que o pessoal não leva em conta é justamente isso, se o transporte público não é de qualidade, é óbvio que as pessoas vão utilizar seus carros super confortáveis.
Enquanto não evoluirem nesse ponto, a maioria da população não vai trocar o carro pelo ônibus/metrô/trem.
Daí, acho que a bicicleta é a melhor alternativa também.
abs
“Conheço Porto Alegre, em relação ao tamanho, é muito menor que Rio e São Paulo. Cruza-se a cidade facilmente de bicicleta, o que atrapalha um pouco aí, mas não muito, são algumas ladeiras.”
Luciano, não, mas não mesmo.
Claro que PoA é bem menor que RJ e SP, sem discussão, mas creio que você ficou, como acontece muito com quem visita uma cidade, centralizado, no lado “bom” da cidade.
Eu levo, de carro, 35 a 40 minutos em média até o trabalho, e um percurso cheio de ladeiras. E tenho horários flexíveis, evito o rush na ida, então esse tempo é otimizado.
De bicicleta, eu levaria muito mais, e chegaria imprestável lá. Mesmo que tivesse estrutura(chuveiro e armário) eu não quero ficar OBRIGADO a pedalar 4 horas todo dia(ida e volta), num sol de 37º como tem feito esse ano. É inviável.
E para vocês aí de Rio/SP, o Sol aqui se põe as 20 horas, aproximadamente. Ou seja, na volta tem boa chance de ainda ter sol na cabeça do “pedalante”.
Pode ser feito e exercício é saúde? Mas lógico que sim. Mas um básico de qualidade de vida é eu não ser OBRIGADO a fazer esse esforço, que minha escolha de esporte seja um prazer.
E veja que eu moro em bairro classe média, não tão longe do centro. Mas no caso trabalho na zona norte.
Imagine alguém que more no bairro restinga, e trabalhe no centro. Esse sim vai sofrer.
Resumindo: não sou contra bicicleta ou quem deseja esse estilo de vida. Acho mesmo que seria muito benéfico ter estrutura de chuveiro, ou nas empresas maiores, ou mesmo estruturas públicas.
Mas me parece que essa discussão polarizada entre carro e bicicleta acaba alienando o que deveria ser prioridade absoluta: transporte público. Esse sim, escanteando carros.
Ismael,
A presença da ciclovia não vai te obrigar a utilizá-la… Mas a ausência vai acabar obrigando outras pessoas a andar de carro, transporte público ruim, ou arriscar a vida se forem “teimosas o suficiente” pra andar de bicicleta.
O transporte público é extremamente importante, e não conheço UM ciclista que não esteja presente em todas as lutas por um transporte público melhor e mais digno. Porém, também é importante dar condições e segurança para que mais pessoas possam optar por um meio de transporte alternativo.
O fato é que não há falta de dinheiro para investir em mobilidade urbana. A questão é: no quê investir? Na minha opinião, devíamos deixar de lado os “investimentos” do século passado, que sabemos que não funcionam (viadutos, duplicações, trincheiras, etc) e passar a investir em ciclovias, corredores de ônibus, VLT, calçadas, arborização, etc. Investir de forma tão diversa que qualquer pessoa possa escolher como quer se deslocar.
Hoje em dia, é realidade as pessoas saírem de carro para se deslocar 1, 2km apenas. Essa distância é perfeitamente realizável a pé ou de bicicleta, mas, para isso, é necessário ciclovias, boas calçadas, arborização. Se não tem, a pessoa prefere pegar o carro e se deslocar com ar condicionado. E é isso que tranca o trânsito.
A bicicleta é melhor para a cidade em todos os aspectos, tanto comparando com o carro quanto com o transporte público: não polui, incentiva o comércio local, não traz riscos a pedestres, reduz o congestionamento, combate o sedentarismo, etc. Não há porque não incentivá-la. No mundo todo, cidades que investem nas bicicletas colhem frutos. Chegou a nossa hora!
Concordo com quase tudo, até esse ponto:
“O fato é que não há falta de dinheiro para investir em mobilidade urbana.”
Cuidado para não descambar para a falácia que todo governante é feio e bobo q tem dinheiro sobrando, mas não usa. Tem muito porqueira por aí que é assim mesmo.
Mas o Brasil é muito grande, com várias situações diferentes, isso falando só das capitais.
“Hoje em dia, é realidade as pessoas saírem de carro para se deslocar 1, 2km apenas. ”
De onde tirou isso? Eu falei, tenho emprego a 35 minutos de carro. E não considero a mim ou minha cidade como exceções.
Sim, as cidades precisam distribuir melhor os centros comerciais, polos de trabalho, melhor planejamento, enfim.
Mas mesmo assim, vai ser mais que 1 ou 2 km de distância.
“A bicicleta é melhor para a cidade em todos os aspectos, tanto comparando com o carro quanto com o transporte público”
Que o transporte público, nunca.
Na comparação Ônibus versus carro, sempre se mostra o número imensamente superior de pessoas transportadas por km de via. Onibus vence longe. Imagine comparar isso com bicicleta!
Se colocarmos metrô no jogo então.. vira piada. Além disso, o transporte coletivo é mais plural. Ou vocês querem que idosos e deficientes fiquem trancados em casa? E os obesos? Até conseguirem pedalar por km devem ficar em casa?
Fábio, acho que você, e alguns outros estão caindo naquela armadilha de, para defenderem um causa, a bicicleta no caso, acabam achando que o único meio é se a defenderem como A melhor alternativa. Ou pior, para defender A, atacam B.
Não há problema algum em não ser A melhor alternativa, e como falei, acho que é necessário que se estimule. Eu só temo que a minoria ruidosa acabe tornando bicicleta prioridade não somente ao carro, mas também ao transporte coletivo. E isso é MUITO errado.
Então, para defender a bicicleta, não ataque o transporte coletivo.
E para defender qualquer idéia, procure não mentir, ou exagerar no que defende. Quando faz isso, além de perder credibilidade, ainda deixa fácil para os radicais como esse Pondé passem por “desbravadores” que desmascaram algo.
Incrível como alguém que é “filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv” consegue ter uma visão de mundo completamente distorcida.
É aquele negócio: “Todos meus amigos tem carro, então a maioria das pessoas tem carro” e “Quem eu conheço que usa bike é filho de papai que mora perto da facul e do trabalho, pra mim só é possível andar de bike se for nessas condições, então todo mundo que anda de bike é assim”
Uma análise completamente errada, de alguém que olha para o próprio umbigo.
Mas não podemos esperar muito de quem tem um livro com o título “Contra um mundo melhor”.
Marco.
ACHO que ele não conhece a maioria [classe média baixa]. Se ele fala do que não entende, não deve ser levado a sério. Concordo com vc. Se ele fala sobre a minoria da qual faz parte, ele acerta quando fala da maioria da minoria. Ele só se auto descreveu. Bichinho.
O fanatismo que muitos dos praticantes de ciclismo exalam em qualquer tipo de discussão envolvendo os seus direitos, apenas contribui para que esse tipo de opinião errônea seja difundida cada vez mais.
Muitos são como você, Marco, que reconhecem que é possível haver harmonia entre carros, bicicletas e qualquer outro tipo de transporte no trânsito, porém ainda há muitos que tomam a posição radical de que os carros devem ser exterminados pro bem da sociedade.
Vejo esse artigo como uma resposta radical e burra à todos os outros ciclistas radicais e burros que circulam por aí.
É aquela coisa: gente assim existe em todo meio e seus fanatismos exarcebados acabam fazendo mais barulho que os outros. Resta a você e a quem mais possa, fazer mais barulho que esses caras.
Marco, o Pondé estava fazendo uma crítica do fetiche da classe média/alta pela bicicleta e suas implicações; mas sobretudo na cidade de São Paulo – onde o conflito carro vs bicicleta é realmente complicado e já causou inclusive mortes. Então não faz sentido usar dados do país todo – que é extremamente desigual – pra rebate-lo. É óbvio que no interior de SP e no nordeste, por exemplo, a bicicleta é muito usada ns classes baixas, mas na capital de SP é diferente.
A questão do IPVA é irrelevante ao argumento.
Como eu já disse, a crítica do Pondé foi justamente dirigida à classe média/alta, então, o final do teu texto não fez sentido (pra não dizer que foi extremamente deselegante: clichezão de culpar a “classe média reclamona sem motivo”, “os conservadores” etc)
O que tenho visto, em SP, é sim um fetiche de classes mais abastadas pelas bicicletas e uma vilanização dos motoristas – embora eu não tenha nada contra ciclistas e considere que mais bicicletas e menos carros é melhor para a cidade.
A questão do IPVA é bastante relevante porque mostra a que ponto chega a ignorância do colunista. Eu acho inacreditável que alguém que tenha cursado universidade não conheça nem mesmo o básico sobre o sistema tributário.
Hm… Então, basicamente, é relevante porque pode ser usada de ad hominem contra o Pondé? Ad hominem, contra um filósofo? Tem certeza, cara?
O IPVA, pra mim, continua irrelevante ao argumento essencial da crítica dele. Eu mesmo não conhecia os pormenores do imposto assim como acredito que muitos não conheçam, mas isso não serve para desqualificar o argumento.
Pra falar a verdade, o Marco “Garoto Prodígio” Gomes, querendo ou não, faz parte dessa classe média/alta que o Pondé critica, e provavelmente por isso se ofendeu com o texto dele. Ora, o Pondé é um crítico da hipocrisia. Os acostumados com uma mídia moralmente catequizante não conseguem compreender isso. Acho que muita gente espera de um jornalista uma crítica altruísta, otimista, educadora, politicamente correta e se decepciona com o Pondé. A letra dele é frequentemente praticamente cínica. Só que seria bom se as pessoas fossem um pouco mais autocríticas e menos ultra-sensíveis.
Mais bicicletas e mais carros é bom pra todo mundo. Mas não é por isso que tem que se transformar a figura do motorista num “poluidor maldito e assassino em potencial”; e nem também santificar a figura do ciclista como “supremo bem feitor da humanidade”.
Aqui em São Paulo, uma cidade imensa e com um trânsito absurdamente caótico, os trabalhadores e moradores da periferia raramente usam bicicletas, como é o caso do interior e do resto do país frequentemente. A maioria das pessoas que usam são realmente pessoas mais abastadas, que transformaram isso num fetiche, ou uma forma de exibir seus “valores” e “preocupação com o planeta e o meio ambiente”. Essa é a crítica e é isso que eu entendi dela, e por isso concordo. A intenção dela não é dizer que ciclismo é errado, e sim ironizar a situação em que ele acontece em São Paulo.
Eu sou parte da “classe média” ridicularizada por Pondé? Sim. Eu fiquei irritado com o texto dele? Sim. Eu fiquei irritado por causa do jeito que ele fala da classe média? Não.
Ele fala do que não sabe, e do que se recusou a apurar. Você diz, sem citar fontes, que em São Paulo a maior parte dos ciclistas seria de classe média. Eu cito fontes mostrando que não, e mais que isso, mostro também com fatos empíricos que os casos mais graves que caíram na mídia recentemente foram em grandes metrópoles (Rio e SP) envolviam ciclistas pobres.
“nos acidentes envolvendo ciclistas que tiveram exposição na mídia recentemente, as vítimas eram, todas, pobres: atropelamento da carreta, braço jogado no rio por motorista bêbado, atropelamento por filho de ex-bilionário, preso no para-brisa de motorista bêbado.”
Eu apenas critiquei a ignorância demonstrada pelo texto, e é realmente difícil de acreditar que pessoas que passaram por universidades não conheçam o básico sobre o sistema tributário.
‘Ad hominem’ seria eu te chamar de estúpido ou ao Pondé por causa da sua crítica. Não insultei o Pondé. Ignorância se resolve com informação.
E já que você gosta tanto de latim, vamos explicar a falácia que você está cometendo aqui: a falácia da carteirada por procuração, apelando para as credenciais desse senhor: apelo à autoridade. Também está praticando a falácia de me atribuir esses conceitos militantes – falácia do espantalho. E finalmente, não menos importante, está cometendo a falácia de inventar dados sobre maiorias, minorias, pessoas abastadas ou pobres de lugares que você claramente desconhece, pois não cita fonte nenhuma para suas informações peremptórias: Dicto Simpliciter temperado com evidências anedóticas.
O Pondé me irrita. Os fãs dele me causam pena.
O Pondé é conhecido por só escrever sobre assuntos polêmicos, sempre com argumentos bem fracos. É um Diogo Mainardi. Sobre a polêmica carros contra bicicletas, é muito, mas muito mais comum ouvir motoristas dizendo “bicicleta só atrapalha, não tem que ter espaço para elas” ou “lugar de bicicleta é na calçada” do que ciclistas dizendo que tem que acabar com carros. E, sim, o carro prejudica a sociedade. O custo da poluição sobre a nossa saúde é gigantesco. É com se fôssemos obrigados a conviver com uma pessoa fumando ao nosso lado todos os dias da nossa vida. O carro tem que ser tolerado porque realmente é útil em algumas situações, mas nunca deveria ser estimulado como meio predominante de transporte, como o Brasil faz há décadas. E mais: tem que ser tolerado, mas quem quiser usar tem que pagar para circular. IPVA não é imposto para circular, é imposto sobre propriedade. Se você tirar seu carro da garagem uma vez ou 2 mil, você paga o mesmo IPVA. Mas cada vez que um carro circula, aumenta a chance de termos câncer de pulmão, de as crianças terem crises de rinite e de alguém morrer no trânsito assassino do Brasil. Esse dinheiro ajudaria a custear o transporte público decente, já que é o argumento de todo mundo que tem preguiça de deixar o carro na garagem é que se o transporte fosse bom, não precisaríamos usar carro. Ótimo, então vamos fazer a transição para o sistema ideal!
Não esperava que uma cara tido como o melhor profissional de marketing no mundo poderia ter problemas para interpretação de texto. Você destacou apenas trechos do texto e contextualizou da forma mais conveniente à sua opinião sobre o assunto. Acho que você deveria ler novamente e colocá-lo aqui por inteiro! Um detalhe: O dinheiro arrecadado no IPVA não é destinado a construção de vias, mas o imposto é pago pela utilização delas. Mais um detalhe: as suas fontes de pesquisa são só a vida simples da editora abril?? Muito bom!
Já chegou me atacando pessoalmente, mas vou relevar.
Segundo a Secretaria da Fazenda, o IPVA é “imposto sobre propriedade de veículo automotor”, não sobre uso de vias. IPVA não tem nada a ver com vias públicas, .
Eu não posso colar o texto inteiro do Pondé aqui, seria contra a Lei de direitos autorais, eu poderia ser processado pelo autor e pelo jornal. Mas eu posso sim, usar trechos para fazer minha argumentação. Além disso, o texto original está linkado, todos os meus leitores podem ler o original antes de ver minha opinião.
Sobre as fontes usadas no artigo, tem links p/ UOL, G1, Va de Bike e Blog do Ciclista, não apenas a Vida Simples. Você está se fazendo isso pelo simples prazer de discordar?
Um pedido meu para você: tente ser menos agressivo quando comentar.
A simples menção aos comentários incorretos do Pondé, incorretos mas irrelevantes, já demonstra a intenção de demonizar mais um pouco quem se atreve a falar mal dos ecólatras ciclistas. Infelizmente hoje no trânsito eles se conportam tão mal quanto os motoristas. Andam pelas calçadas, na contramão, não respeitam os faróis (semáforos), enfim, são “usuários” do sistema viário mal-preparados, mal-educados e potencialmente perigosos. Uma tristeza, e se acham moderninhos e descolados. Serve para o povão também, (quase) todos ciclistas são assim, Pondé falou de parte deles, não pode? Porque? Sempre tem que se falar do todo?
É amigo….acho que você não entendeu uma palavra do texto de Pondé, ou então não quer entender. Acho que lhe falta boa vontade de entender ou sobra esforço em não querer entender. Só pra constar, caso você começe a babar ódio para cima de mim, eu ando de bike, carro e moto, entendo o problema porque passam ciclistas, motociclistas e motoristas…ahh…entre um e outro eu sou pedestre. Beijo no ombro.
Também ando de carro, de bicicleta e a pé. Mas o Luiz tem toda razão. Há um ar de superioridade dos cicloativistas quando estão no trânsito da cidade. Eles se acham, por modismo ou por qualquer outra futilidade, donos da rua, da calçada. Só eles não precisam respeitar os pedestres e a sinalização; agem como folgados e irresponsáveis. Bem diferente daqueles que trabalham ou realmente usam a bicicleta como meio de transporte como por exemplo na Baixada Santista. Nesta região, pessoas de todas idades de bicicleta (geralmente velhas e antigas) faça sol ou chuva (quando eles andam de guarda-chuva) e até há senhoras viajando na garupa ou no quadro da bicileta. Já em São Paulo eles vergam capacetes coloridos, esnobam bikes de grife e outras frescuras. Com inteira razão Felipe Pondé. Se o uso da bicicleta também precisar de licenciamento e regulamentação como plaquinha, é aí que eu quero ver se não acaba a graça destes ecólatras arrogantes!
Resumindo a opinião do Luiz Pondé, do Marco Gomes e de todos os comentários do post: falta educação para o povo.
O dia que TODOS tiverem educação e respeito pelo próximo, discussões como essas se tornarão completamente desnecessárias.
Mas, infelizmente, isso parece ser uma grande utopia….
Marina, é muito dificil eu escrecer algo em algum destes debatates, sem sentido algum, porque a idéia parece ser aparecer ou tumultuar, não resolver o problema, pois na maioria das vezes são pessoas se colocando na posição de “sabios”, com comentários sem embasamento, sem fundamentos concretos e sem fontes concretas. MAS seu sucinto comentário, foi o mais inteligente que vi aqui, simples, curto e objetivo. VAMOS SE RESPEITAR PARA MELHORAR, QUANDO UMA GRANDE MAIORIA ENTENDER ISSO. O DEBATE SERÁ OUTRO, COM OUTRAS PALAVRAS.
Parabéns Marcos, sua desenvoltura e capacidade de argumentação de causar inveja. Lutemos p cidades melhores.
Com certeza é um cara sedentário, gordo e recalcado. Desnecessário esse comentário dele
Nunca gostei de filosofia, isso é coisa de quem não tem oque fazer
Ótima análise! Uma vergonha o que esse indivíduo fala! No último ano pedalei cerca de 4.000 km, amo pedalar, pedalo em grupos e usamos essas roupas “ridículas” ao qual foi citada, nesses grupos 98% das pessoas são classe C e D aqui na ZS de São Paulo. Infelizmente vivemos em um trânsito caótico, pessoas ao ponto de estourar devido ao stress do dia-a-dia, saímos sim a noite uma vez por semana, chego às 19:30 do meu trabalho, saímos às 20:00 para pedalar e retornamos por volta das 23:30 hs, no dia seguinte as 6:00 estou levantando para pegar 3 conduções e ir ao meu trabalho.. aí vem uma pessoa dessa que não sabe o que falar e ainda fala na midia, deveria usar a mídia para dar incentivo para que todos utilizasse bicicletas, praticasse esporte, uma geração que se alimenta pessimamente, gasta metade da vida no celular, e esse indivíduo ganha dinheiro para falar asneira sobre roupas, sobre pessoas que praticam esporte e são alegres em grupo, coisa rara hoje em dia, quantas vezes jogaram carros e me xingaram de vagabundo por estar pedalando, talvez seja melhor na visão dele usar uma terno, beber e dirigir, talvez isso alegre ele.
Simplesmente pratique esporte! Viva!
Acho muito incoerente para uma pessoa do nível de educação do bonde falar isso. Não sigo ele pois não gosto de seus devaneios e como pessoa, bem por ele ter falado isso sobre os ciclistas creio que ele não pedala e fica falando do que não sabe. Eu acharia corrente ele chamar alguém que sabe sobre ciclismo e discutirem o assunto. Mais sei que pessoas como ele que se esconde atrás de um microfone e atacam pessoas sem dar um direito de resposta e um ser covarde e vergonhoso.