Você só é um empreendedor se tiver produto, dinheiro, time e cliente

Word entrepreneur from the old dictionary, a close up. Via ShutterstockÉ preciso cumprir os 4 pré-requisitos para ser um empreendedor, sem os quatro você é apenas uma pessoa com uma hipótese, projeto, idéia, protótipo.

Você só é um empreendedor se tiver:

  • Produto
  • Dinheiro
  • Time
  • Cliente

Gosto desta definição pois ela é binária, não dá espaço a características subjetivas como “iniciativa”, “visão” ou “inovação”. Produto, dinheiro, time e cliente, ou você tem, ou você não é um empreendedor.

Produto

O produto também pode ser um serviço, é algo que cria valor para alguém e que, exatamente por criar valor, pode ser vendido.

Dinheiro

Vivemos em uma sociedade capitalista, a empresa precisa de dinheiro para existir. O jeito menos trabalhoso é ter dinheiro próprio investido na sua empresa, mas esta é uma possibilidade para poucos. Outra maneira é ter dinheiro de investidor, bastante comum no mercado de empreendedorismo em tecnologia, startups. O terceiro caminho – e o mais sustentável – é ter dinheiro de clientes, toda empresa precisa evoluir para este estágio em algum momento.

Time

Sem um time, você não é um empreendedor, você pode até ser um “empreendedor individual”, que é outra coisa. Uma das mais importantes contribuições do empreendedor para a sociedade é a geração de emprego. Você precisa de um time. Não necessariamente pessoas contratadas sob regime CLT, não é isso, mas você precisa ter gente boa colaborando com você (freelas, prestadores de serviço). Acho impossível fazer sozinho algo grande e importante.

Cliente

Muitos marketeiros dizem que o objetivo de toda empresa é o mesmo: conquistar e fidelizar clientes. Sem cliente, sem empresa, sem empreendedor.

“Não é bem assim…” Mas é assim, sim.

O empreendedorismo cria valor para a sociedade, gera emprego, movimenta a economia e colabora p/ o P.I.B., mas, com a recente descoberta de empreendedores brasileiros como Romero Rodrigues do BuscaPé, Bel Pesce do FazINOVA e Tallis Gomes da EasyTaxi, entre muitos outros, o cenário de empreendedorismo brasileiro foi lotado por gente se dizendo empreendedora, mas sem resultado palpável. Há projetos, pitches, apresentações, eventos, mas pouco resultado. Este caos inicial é natural e positivo, o cenário brasileiro está renascendo após anos de coma profundo, é normal que surjam muitos projetos bons e ruins neste primeiro momento, faz parte da evolução natural e educação geral.

Não podemos desestimular o empreendedorismo ou crucificar líderes de projetos que não deram certo, como aconteceu com a Shoes4You. O contínuo fomento ao empreendedorismo é essencial, os casos de falha são importantes para a educação do mercado e o maior volume de profissionais tentando ser bem sucedidos em seus negócios acaba gerando bons resultados pela abundância. É melhor para a sociedade brasileira o cenário dos anos 2010, onde muitos tentam ser empreendedores, mas poucos conseguem; que ter o cenário dos anos 1980 e 1990, onde poucos tentam e quase nenhum consegue.

Ainda assim, acho necessário haver um mínimo de critério para alguém se nomear “empreendedor”. Ter uma idéia, um projeto, ou até mesmo um protótipo funcional não faz de uma pessoa um empreendedor. Esta pessoa pode, sim, ter “espírito empreendedor” (seja lá o que isso for), pode ter “iniciativa empreendedora”, mas não é um empreendedor. Para ser um empreendedor você precisa ter produto, dinheiro, time e cliente.

Imagem: Word entrepreneur from the old dictionary, Shutterstock.