O que acontecerá quando o trabalhador se tornar obsoleto? Um Mundo Sem Trabalho – The Atlantic
O trabalho mais comum nos EUA é servir e cobrar comida e bebida, em breve este trabalho será substituído por tecnologia. O trabalho mais comum entre homens nos EUA é o de motorista, muito em breve carros não precisarão mais de humanos dirigindo. O que pode acontecer com a sociedade quando a tecnologia tornar o trabalhador desnecessário?
A tecnologia não gera mais postos de trabalho, ela os reduz (claro). Atualmente nos EUA, 9 de cada 10 trabalhadores faz atividades que já existiam 100 anos atrás; além disso, apenas 5% dos postos de trabalho criados entre 1993 e 2013 foram em áreas “high tech” como computação e telecomunicações.
O que acontece com uma sociedade em que o trabalhador se torna obsoleto? Além do problema econômico, o desemprego tem um outro aspecto pouco discutido: o desemprego tem impacto psicológico e social. A depressão e perda de “propósito” do adulto que se sente improdutivo, o que acontece com uma cidade cuja maior parte da população está desempregada há 10 anos?
Talvez o séc. XX será classificado como uma aberração pelos historiadores do futuro, por causa da devoção religiosa ao excesso de trabalho em uma época de prosperidade.
Em um excelente artigo publicado pelo The Atlantic, Derek Thompson explora diferentes estudos acadêmicos e também visita uma pequena cidade onde o desemprego é um problema generalizado desde os anos 1950, avaliando os impactos não apenas econômicos, mas principalmente sociais de uma sociedade impactada pelo desemprego durante décadas.
São discutidos programas como Renda Mínima (aqui no Brasil proposto pelo Eduardo Suplicy), onde cada cidadão recebe um salário para poder consumir e continuar fomentando a economia; a distribuição de renda para quem estuda (como os nossos Bolsa Escola, FIES etc); e a taxação de grandes fortunas para redistribuição de renda (não estou defendendo estes programas, estou dizendo que o artigo os discute!).
É um trabalho longo, recomendo ler no Kindle, tablet ou imprimir p/ consumir com calma e sem distrações.
https://www.youtube.com/watch?v=pzqW0YaN2ho
“A AQUISIÇÃO DE RIQUEZA NÃO É MAIS A FORÇA MOTORA DE NOSSAS VIDAS. NÓS TRABALHAMOS PARA MELHORAR NÓS MESMOS E O RESTO DA HUMANIDADE.” – Capitão Picard
Estou louco pra viver uma “Star Trek economy”, só que acho que a elite financeira não deixará isso acontecer de maneira tão fácil.
Fim do trabalho siginifica mais tempo disponivel, mais tempo disponivel significa mais cultura, lazer, estudo e esclarecimento dos problemas sociais. E isso tudo resultará em uma sociedade intelectual que não aceitará muita coisa que vivemos hoje, como: consumismo desenfreado, materialismo, guerras, vida de aparência, financeirização da vida, endividamento e outros, e muita gente depende dessas desgraças e interesses mesquinhos, sobretudo a elite.
Sem dúvida o fim do trabalho, a instituição da renda básica e posterior o fim do dinheiro (já que com uma economia de abundância faz o menor sentido a mercantilização) será o caminho para uma verdadeira civilização, só o começo.
Você arrasou!
comuna zeitgeist detected
Eu ia comentar aqui, mas seu comentário Tacio é exatamente o que penso. A cultura da distração (trabalho em excesso, consumismo, etc) é a base disso. Por exemplo, podemos inventar hoje robôs que limpem banheiros, recolham o lixo, etc, carros sem motoristas já estão em fase de testes nos EUA; então se eliminar hoje 50% dos empregos; as pessoas passariam a viver melhor; e isso não significaria o fim desse modelo atual; mas certamente uma transição.
Essa sensação de que você é uma pessoa do contra, para mim se tornou algo incrível, isso porque as mudanças doem e as pessoas odeiam tudo nas mudanças inclusive as pessoas que desejam mudar, sempre foi assim na minha vida e sempre que mudei as coisas foram para melhores, logo considero sempre que a sensação de ser do contra e querer a mudança é algo bom na minha vida.
Falei tudo isso pois a ideia de acabar com empregos repetitivos e ininteligentes dói muito nas pessoas, muitas pessoas se acomodam e aceitam uma vida mediocre de poucas coisas materiais, o fim desses empregos tornaria a sociedade um lugar onde as pessoas se forçariam a buscar por mais e quando digo isso não me refiro necessariamente a dinheiro, mas sim a melhoria pessoal das habilidades individuais que todo ser humano possui e isso sim seria a grande revolução da humanidade.
Ainda não li o texto, mas alguns anos atrás estava acompanhando uma coisa chamada Projeto Venus que se parece muito com parte das ideias desse texto, vale a pena dar uma olhada na utopia pregada, a ideia é fantástica.
Ja dizia Domenico Di Masi em ócio criativo ha muitos anos atras!
Eu me impressiono como as pessoas entram em um modo “negação total” quando se fala disso.
Ou no mínimo largam um “ah, mas isso é só daqui muuuuitos anos”. Não, não é .
Os carros autônomos mesmo. Provavelmente a tecnologia vai estar pronta muito antes de ser liberado pelo Lobby das montadoras. Enquanto ELAS não dominarem bem a tecnologia a fim de manter o poder.
No mais, está claro que vai acontecer em vários cenários. E pior, vai acontecer semelhante a analogia da lagosta (ou era caranguejo?) que esquentando lentamente, ele aceita tranquilo o destino.
O principal impeditivo de termos essas políticas de renda mínima, vai ser o preconceito alimentado por quem quer manter uma grande fortuna.
Vai fazer parecer com o “terrível” comunismo ou socialismo, e basta isso pros zumbis (muitos que seriam beneficiados eles mesmos) vagarem por toda internet, e rodinhas de bar propagando sua inflamada defesas.
Gado é gado.