“Founder Mode” do Paul Graham, romantização de fundadores ou microgerenciamento disfarçado?
O conceito de Founder Mode que Paul Graham apresenta me parece celebrar uma mitologia em torno do bravo fundador solitário que toma decisões geniais. Isso está completamente desconectado das práticas que realmente fortalecem uma organização: colaboração constante, compartilhamento de responsabilidades, confiança mútua e diversidade.
O conceito de “Founder Mode” me parece uma tentativa de criar uma mística em torno do papel da pessoa fundadora, como se houvesse algo inerentemente superior ou especial em sua maneira de conduzir uma empresa. Na verdade, é uma construção abstrata, superficial e, no fundo, uma narrativa que alimenta o ego de quem fundou a empresa enquanto desvia o foco do que realmente faz uma empresa funcionar: trabalho coletivo e a competência do time.
“Founder mode” acaba sendo uma desculpa para microgerenciamento disfarçado de genialidade. A ideia de que quem fundou deve manter um controle firme, com skip-level meetings (reuniões com o chefe) e decisões centralizadas, ignora a complexidade das relações humanas e da criação coletiva. O problema aqui é pensar que uma única mente, por mais inovadora que seja, pode sustentar o crescimento de uma organização em longo prazo sem a colaboração ativa de todas as pessoas envolvidas.
Obsessão com o papel central de quem fundou a startup só serve para alimentar o ego e cria uma cultura tóxica de dependência. A empresa vira um reflexo de quem fundou, o que a torna frágil e limitada. Enquanto isso, a equipe, que deveria ser o verdadeiro motor da empresa, acaba subutilizada, porque o fundador acha que precisa controlar tudo. Isso é um erro estratégico grave. O crescimento sustentável vem de uma equipe com poder para agir, e não de um fundador “iluminado”.
Essa ideia de que fundadores têm uma “visão única” ou uma maneira especial de liderar não passa de uma ilusão perigosa, que frequentemente leva ao micromanagement e ao distanciamento da realidade operacional da empresa. Fundadores que compram essa ideia se isolam, concentrando poder de forma improdutiva, enquanto ignoram a capacidade do time que, de fato, mantém a empresa funcionando.
O que falta nessa visão é um reconhecimento de que o poder real de uma empresa não vem apenas de quem fundou, mas de toda a equipe, dos talentos diversos que trazem perspectivas e habilidades complementares. A tentativa de enquadrar a liderança em um modo fixo como “founder mode” acaba limitando a capacidade de adaptação e inovação que só pode ser plenamente realizada em uma estrutura colaborativa. Escalar uma empresa não é sobre replicar o comportamento de quem fundou, é sobre ampliar a capacidade coletiva de criar soluções.
Em vez de se apegar a um conceito vazio como “Founder Mode”, quem funda empresas precisa se concentrar no que realmente importa: criar um ambiente de colaboração, onde a tomada de decisões é distribuída e a competência é reconhecida em todos os níveis. A glorificação de quem fundou como alguém que tem a chave para o sucesso é uma narrativa falha, que ignora a complexidade de construir uma empresa sólida. O fundador, sozinho, não faz nada. Quem faz as coisas acontecerem é a equipe, com sua diversidade de talentos e perspectivas.
Então, startupeiro(a), esqueça essa bobagem estadunidense e branca de founder mode. Em vez disso, se concentre naquilo que realmente importa: a construção de um time engajado, onde a colaboração é diária e fundamental. No final, o sucesso sustentável vem do trabalho coletivo, e não de um modo autocrático de gestão que romantiza quem fundou a empresa enquanto desvaloriza o poder de equipe.
Ah, e não esquece de se hidratar, dormir bem e almoçar colorido 🍛
(artigo escrito por marcogomes e editado com chatGPT 4o e chatGPT o1)