Afinal, o que eu devia fazer da vida?

A experiência desagradável na UnB

Quando tinha 19 anos, dois anos após entrar no curso de Computacão da UnB, fiquei em dúvida sobre o que eu realmente queria fazer da vida.

A verdade é que eu odiava dois terços do que era obrigado a estudar na UnB, e olha que eu mal havia começado. Programação em C, Lógica Proposicional Clássica, Cálculo! Aquilo não era pra mim, definitivamente.

Eu estava a um ano trabalhando em uma agência de publicidade, maravilhado com a criação de campanhas de marketing pra Internet, posicionamento de marcas, impacto na percepção dos clientes, usabilidade de grandes portais de comunicação. Na UnB eu era obrigado a ignorar tudo que aprendia durante o dia e provar, nas aulas de Lógica, que “se fi é verdadeiro e não-psi é verdadeiro, então fi implica não-psi é verdadeiro” (ou qualquer coisa assim, não importa pra mim).

Essa insatisfação gerou longas conversas com o Guga, um redator publicitário[bb] da agência, sobre a época em que ele próprio teve essa mesma dúvida. Eu não me conformava em ter desgostado do curso justamente após ter conseguido entrar, quem já tentou entrar em qualquer federal sabe o quanto é difícil, eu não podia ser tão inconsequente e largar uma chance que todos os meus amigos queriam ter… Como sempre, fiz o que o todo mundo julgou ser a coisa mais estúpida que podia ser feita: larguei (até quis pagar meu amigo Judeu pra ele explodir o minhocão inteiro, mas faltou verba pro C4).

Durante toda minha vida eu gostei de tecnologia, cresci sonhando e trabalhar com computadores, como meus tios que eu tanto admiro. Numa madrugada qualquer de 1997, aos 11 anos, conheci a linguagem HTML, a primeira maneira de construção de interfaces que aprendi, decidi que era aquilo que eu queria fazer pra sempre: Programar (eu achava que HTML é programar, não ria muito).

Quando entrei na UnB encontrei acadêmicos 20 anos atrasados, no mercado descobri o mundo da comunicação e percebi que codificar não era exatamente o que me excitava, o que me deixava maluco era construir interfaces que conversassem com outras pessoas e fizessem pensar “nossa, como é legal usar isso!”.

Resultado, dois anos na UnB, muitas noites perdidas, alguns problemas de saúde, algumas boas oportunidades profissionais por conta da sigla “UnB” no currículo, alguns ótimos amigos, uma mudança repentina de rumo profissional e várias lições aprendidas, principalmente a de como mostrar pro meu filho (quando eu tiver um) como decidir a carreira antes de entrar na bendita universidade.

Colleges differ, but they’re nothing like the stamp of destiny so many imagine them to be. People aren’t what some admissions officer decides about them at seventeen. They’re what they make themselves.

Universidades são diferentes, mas não são a etiqueta de destino que muitos imaginam que é. Pessoas não são o que algumas bancas de exame decidem sobre elas aos 17 anos de idade. Pessoas são o que fazem de si próprias.

Paul Graham: News from the Front

Leia um post meu que ilustra essa época sofrida em que tentei conciliar UnB e trabalho.

Como evitar o meu problema?

Ikwa - logo

Pra evitar que jovens tenham decepções com seu curso superior, está nascendo, pertinho do boo-box, o Ikwa, um sistema de aconselhamento profissional que estou vendo nascer. O objetivo inicial é intervir na escolha de carreira dos alunos de ensino médio, fazendo o papel do psicólogo com menos custo para a escola e mais eficiência para o estudante.

O time é campeão: Marco Noleto, um ótimo designer. No Ruby on Rails tem um punhado de japoneses gênios, um ocidental todo tatuado e um cabeludo que fala bem baixinho. Uma galera responsável pelos videos e vários redatores, inclusive uma super-gatinha e um mano do hip-hop. Todos liderados por um cara sangue-bom da geração saúde.

O serviço promete, cadastrem-se e aguardem =)

OBS: Este post não foi patrocinado ¬¬